sexta-feira, 21 de maio de 2004

Um imbróglio chamado Portugal


Fotografia © António Aly Silva/2003

Portugal ofereceu à Guiné-Bissau 1000 fardas para “embelezar” o contingente de 650 militares guineenses, parte integrante das forças de manutenção da paz na Libéria. Acontece que Portugal esqueceu-se de retirar a identificação nacional dessas fardas – o mesmo acontecendo com os responsáveis militares guineenses. A fotografia acima exposta é bem notória de todos esses esquecimentos e passou-se no aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, no preciso momento em que os militares responsáveis pelo golpe de Estado que depôs Kumba Ialá, se preparavam para receber o todo poderoso presidente da Nigéria, Olesegun Obasanjo, assim como os seus homólogos do Ghana, John Kufuor e do Senegal, Abdoulaye Wade. Perante a designação estrangeira na farda do militar, fez-se subitamente luz na cabeça do contra-almirante Quirino Spencer, membro do Comité Militar golpista, que resolveu dar voz de comando: “Sentido, coronel!”. Aniceto Flak, o coronel que é também membro do grupo de militares revoltosos, obedeceu de imediato. Do bolso do oficial da marinha, saiu então uma faca e lá se foi o imbróglio que dá pelo nome de “Portugal”. Fotografia de © António Aly Silva - 2003