domingo, 11 de março de 2012

EPA 2012: Bafatá e Gabú, a ferro e fogo

Bafatá e Gabú, são o coração destas eleições presidenciais antecipadas - mas para dois candidatos apenas: Carlos Gomes Júnior (PAIGC) e Manuel Serifo Nhamadjo, um dissidente desse mesmo partido. O primeiro a realizar um comício no Leste, nesta campanha, foi Cadogo Jr. Um mar de gente acorreu ao local. Assim que saiu, Serifo Nhamadjo entrou. Outro mar de gente, contaram-me. Tanto em Bafatá como no Gabú.

Mas, perguntam e bem, porquê esta histeria total apenas em Bafatá e Gabú - e não em todo o País? Dezenas de pesos-pesados de uma e de outra candidatura fixaram residência nestas duas cidades desde o primeiro dia da campanha eleitoral. Pelo menos numa coisa estas duas candidaturas são iguais: são uns mãos largas. Perfeitos Robbin dos Bosques à nova moda: roubar os pobres...para voltar a dar aos pobres. Nem uma ONG, aposto, tinha sequer pensado nesta nova forma de 'ajuda ao desenvolvimento'...

As duas candidaturas tanto 'oferecem' chapas de zinco, arroz, açúcar, tudo que possa influenciar alguém a votar no seu candidato, como também têm para 'oferta' bicicletas, motocicletas e mesmo carrinhas de caixa aberta, chinesas. Tem sido uma festa. Caravanas de carros novos e usados (todos sem matrículas, portanto não legalizadas...), atravessam avenidas e ruas interas, buzinam, violam regras de trânsito, fazem o que lhes der na real gana. Não se vê um polícia para amostra.

E Bafatá e Gabú lá continuam. A temperatura está alta. Gabú e Bafatá continuam pejada de 'enviados especiais' com todo o tipo de promessas que, sabem, ninguém irá cumprir. E de lá sairão apenas no dia 19, quando na véspera tiverem acompanhado toda a votação, vigiarem a recolha das urnas, contado os votos e assinado as actas-síntese. Então, via telemóvel, informarão o seu núcleo duro, instalados nas sedes nacionais de candidatura, em Bissau, o número de votos obtido.

E por volta das 21/22 horas, timidamente, ouvir-se-à uma ou outra buzinadela prolongada, ver-se-ão bandeiras ao vento. Algumas candidaturas chamarão a imprensa para dizer de sua justiça - uns para aparecer apenas, outras para adiantar números que conhecem, e portanto com alguma credibilidade. Mas só quando a Comissão Nacional de Eleições se pronunciar, provisoriamente, é que um candidato (ou alguém por ele) deverá pronunciar-se. Ou não?

António Aly Silva