sexta-feira, 8 de junho de 2012

"Evoluções na Guiné-Bissau foram rápidas e muito plásticas", diz Presidente de Cabo Verde



As evoluções "rápidas e muito plásticas" da situação político-militar na Guiné-Bissau vai centrar o debate político internacional entre o Presidente de Cabo Verde e as autoridades portuguesas durante a visita de Estado de Jorge Carlos Fonseca a Portugal. Em entrevista à agência Lusa, o chefe de Estado cabo-verdiano, que inicia hoje uma visita privada e de Estado a Portugal, prolongando-se até quarta-feira, disse que esse será um tema a analisar nos encontros com as entidades oficiais portuguesas.

Ambos os países condenam o golpe de Estado de 12 de abril na Guiné-Bissau e exigem o regresso à normalidade constitucional no país. "Ouvirei as opiniões das autoridades portuguesas, de líderes partidários e de outras figuras políticas de modo a confrontá-las com as que o Estado de Cabo Verde tem sufragado na participação em reuniões internacionais", afirmou, admitindo que poderá encontrar-se, em Lisboa, com o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior.

Negando que haja uma "situação de acalmia" em torno da questão guineense, Jorge Carlos Fonseca, lembrou as "posições de princípio" que têm de prevalecer na análise e resolução do conflito na Guiné-Bissau. "Essa grande acalmia é aparente. Tem havido evoluções rápidas e muito plásticas da situação política e militar na Guiné-Bissau e, se as posições de princípio se mantêm, temos de estar sempre apetrechados com dados e elementos novos, de modo a que as que adotamos possam ser o mais eficazes possíveis", realçou. Cabo Verde "mantém que não se pode avalizar e dar cobertura a golpes de Estado anticonstitucionais". O presidente cabo-verdiano admitiu, porém, que, na diplomacia, tem de haver princípios", embora seja "bom" que haja, em paralelo, "soluções realistas e eficazes". LUSA