domingo, 18 de novembro de 2012

Ditadura do Consenso: Nota 10


Aly,

5.000.000 de visualizações é uma proeza, que foi com certeza, fruto de um trabalho árduo que demonstra a tua capacidade jornalística de construir leitores e torná-los fiel ao blogue. Este número vem confirmar que o “Ditadura do Consenso” não é somente um jornal electrónico de informação, mas sim um elo de ligação entre a Guiné-Bissau e o mundo. O mérito também pertence aos excelentes comentaristas, cronistas, activistas que participam diariamente na construção colectiva de notícias no D.C.. O D.C. (berço de futuros escritores) veio para ficar... . A todos, os meus PARABÉNS!

Caros compatriotas, apesar de me ter deixado sem chão, a notícia da possível desistência do blogue, quero destacar a belíssima mensagem do cidadão Aly que diz: “NÃO QUERO SER HERÓI, NEM COISA QUE O VALHA. NÃO CORRO POR CONDECORAÇÕES, FUJO DE HOMENAGENS A SETE PÉS, NÃO QUERO A GLÓRIA. NÃO ME INTERESSA PARA NADA”. É sem sombra de dúvidas uma demonstração de generosidade, afecto e humildade. Uma atitude dum bom filho desta nação valente. Quando se luta contra todos os ventos, pondo em risco a nossa própria vida, e acto de coragem, mas fazê-lo como trabalho voluntário é mais que isso: é prova de amor a pátria. Este cidadão/jornalista, a meu ver, merece muito mais...

Aly, sendo eu, um leitor e colaborador assíduo do D.C., obviamente não podia ficar fora desta corrente forte de solidariedade que demonstra o carinho, afecto e sobretudo um rico gesto de reconhecimento nacional do excelente trabalho jornalístico que tens prestado a pátria, com muita coragem, quer chova quer faça vento.

O “Ditadura do Consenso” existe já há uns bons anos mas, infelizmente só há sete  meses (idade do golpe de estado de 12 de Abril) que descobri este blogue de grande utilidade pública. Experimentei, gostei e fiquei. Esta é a avaliação do blogue que fiz durante este período conturbado pós golpe:

• D.C. é blogue do povo com dose q.b. (quanto basta) de sensacionalismo, de qualidade e porque não com uma pitada de (mínimo que o país precisa) patriotismo;
• D.C. é um veículo de transmissão do sofrimento do povo guineense;
• ajuda a compreender a verdade das coisas sem abafar o feio, o podre e os prejuízos, (muitos irreparáveis) causados ao país;
• posta artigos que respondam as perguntas diárias deste povo sofrido;
• relata notícias de última hora (breaking news) em tempo record;
• da informações baseadas na realidade dos factos;
• não fica indiferente diante da dor e das privações dos guineenses;
• representa o povo guineense de forma digna;
• não ignora o quotidiano do leitor;
• sempre privilegiou o que considerou ser o interesse nacional sobre os interesses particulares. Nota 10/10.

Tudo indica que o Ditadura do Consenso “ka na kaba pabia homi ka ta moli”. Sendo assim, o povo te agradece: DJARAMA Aly!
O fim do D.C. deixaria com certeza muitos guineenses tristes e desprovidos de notícias da nossa querida Guine. Deixaria sem dúvida uma grande lacuna na comunicação social guineense, isto sem menosprezar o excelente trabalho que todos os blogs e sites estão a fazer em prol da democracia e do bem-estar comum.

A continuação do blogue D.C. seria uma decisão acertada mas, nunca te esqueças que a preservação da tua integridade física e a dos teus, deve estar acima de qualquer paixão, de qualquer coração. Não abdiques daquilo que tanto gostas e que fazes tão bem! Não abortes este lindo projecto (Ditadura do Consenso) de grande utilidade pública! Cuida-te “matchu”! Terra sta tirmidu...

Desejo-te, enfim, felicidades, sucesso e que muitas novas e boas ideias surjam para que o “ditadura do consenso” cresça cada vez mais e continue a servir este povo maravilhoso.

Antes de dar o fora, quero, em nome de todos os guineenses apelar a comunidade internacional que de apoios na busca duma solução política inclusiva e definitiva ao conflito e na construção da paz e justiça social, como passo imprescindível para a democracia.

A minha esperança assim como a de todos os guineenses mantem acesa em dias melhores. Um dia, olharei para o meu país e direi para meus filhos: "A Guine é minha, é vossa, é de todos, cuidem e desfrutem...!"

Londres, 18/11/2012
Vasco Barros