quinta-feira, 1 de novembro de 2012

RESPOSTA ÀS ACUSAÇÕES DO GOVERNO DE TRANSIÇÃO DA GUINE BISSAU


Sr. Fernando Vaz,

A luta de libertação não se fez com burros e cavalos. Fez-se com estratégias e recurso humanos—e infelizmente, muitos perderam a vida. Como deve saber, qualquer carro que andar sem condutor, acaba por cair no precipício.

No dia 28 de Outubro de 2012 a forcv.com publicou uma noticia, “Guiné-Bissau: Governo de transição considera ‘vergonhosas’ declarações de dirigentes cabo-verdianos.” Tendo em conta o nosso conhecimento da história de luta de libertação, queremos dizer ao Sr. Vaz que procure outros argumentos por forma a legitimar o governo dele.

Todos sabemos que o actual governo da Guiné Bissau é um governo de paus mandados, sem poderes e submisso às forças armadas (danadas) de Guiné Bissau. Um governo de incoerentes que não deveria assumir a liderança – legitimando decisões arbitrárias de golpistas. Só espero que o senhor esteja “aqui” para ler esta minha posição porque pelos vistos, o Senhor Vaz não entende nada da democracia e/ou estado de direito. Talvez esteja com medo, defendendo seu tacho e seguindo cegamente ordens com argumentos sem lógica, descabidas, que poderão sobretudo causar um profundo dano no relacionamento entre a Guiné e Cabo Verde. É uma tristeza imensa ouvir a sua baixa e barata retórica em nome do governo e estado da Guiné Bissau.

Sr. Vaz, a legitimização do seu Estado não se faz com discursos, entrevistas ou conferências de imprensas baratos e ofensivos. Ela é feita com resultados práticos e mensuráveis—algo que o senhor e seus camaradas desconhecem. Hoje o senhor está no “poder”, certamente com muito medo porque sabe que será deposto amanhã. São essas atitudes de vingança e desordem que as autoridades de Cabo Verde não desejam (mais) ver num país que teve muito em comum com Cabo Verde.

Sr. Vaz, a luta de libertação não se fez com burros e cavalos. Fez-se com estratégias e recurso humanos—e infelizmente, muitos perderam a vida. Como deve saber, qualquer carro que andar sem condutor, acaba por cair no precipício—o caso da Guiné Bissau tudo aconteceu depois do golpe de estado de novembro de 1980.

Nós sabemos que pelas vossas limitações, invejas e espírito de cobiça e tribalismo, nunca gostaram dos caboverdianos. Os caboverdianos entenderam a vossa “ira”, abandonou a unidade Guiné/ Cabo Verde (que nunca devia existir) e veja, Sr. Vaz, hoje vocês têm a nação mais fragmentada de África – enquanto Cabo Verde, está no topo dos sectores de governaçao,prosperidade económica, democracia e paz social—algo que com as vossas
barbaridades, jamais atingirão. Daí a razão que os governantes de Cabo Verde estão tomando as posições que tomam no sentido de promover uma coerência para o bem estar do povo sofredor da Guiné.

Nunca defendo o primeiro ministro José Maria Neves ou Presidente Jorge Carlos Fonseca porque eles são idóneos e dispõem de mecanismos adequados para responder a essa vossa baixeza—que não merece resposta deles—daí, a minha resposta às suas acusações maléficas e infudamentadas.

Sr. Vaz, Cabo Verde e seu povo não devem a sua independência aos guineenses. Foi um trabalho conjunto, com liderança efetiva e ações práticas dos guineenses e caboverdeanos, muito embora, por razões geográficas, os guineenses em maior número.Vocês continuam angustiados porque não dispunham de estratégia ou competência técnica para demolirem o regime colonial. Os caboverdianos têm cara e sentido de responsabilidade. Em contrapartida, vocês continuam nas vossas barbaridades, como se a vida humana não tivesse valor.

Por isso, o senhor e seu governo deveriam simplesmente agradecer a intervenção do governo de Cabo verde no sentido de pôr cobro às atrocidades quotidianas da Guiné Bissau. Os caboverdianos sentem na pele o sofrimento do povo guineense enquanto os senhores “chefes” manipulam o povo e venham aqui cantar cantiga de galo molhado.

Dr. Julio C de Carvalho
Militante da UCID – U.S.A.