quinta-feira, 25 de abril de 2013

TERÁ O PACTO DE REGIME O IMPACTO DAS URNAS?


Quis o rumo da história, que parte da equação mais delicada, e talvez mesmo, a mais difícil, na resolução dos nossos eternos problemas, por tudo que não precisarei mencionar, acabe por coincidir, com os sagrados interesses da segurança interna, do país mais poderoso do Mundo. E nesse raro momento, de um oportuno renovar das esperanças, a minha preocupação anda cada vez mais virada, para as próximas etapas políticas, com mais decência, sobretudo, pelo facto de estar a seguir em grande destaque, uma ideia no pensamento de muitos, inclusive o empenhado representante do Secretário-Geral das Nações Unidas no nosso território, sobre a necessidade de um pré-acordo estadista atestado, entre os dois maiores partidos políticos, ou entre todas as formações políticas, com efeitos práticos no pós eleitoral, para a inclusão na esfera governativa, de elementos representantes das diferentes formações políticas, em constante disputa pelo poder, julgando assim garantir ao seu tempo, a desejável estabilidade política, capaz de galvanizar com alguma eficácia, os paralisados factores produtivos nacionais, para o ambicionado desenvolvimento sustentado.

É pertinente não esquecermos, que entre os nossos vários problemas, lidamos com o excesso de vis sujeitos políticos, que sustenta um aglomerado político extremamente incompetente, muitas das vezes, pura e simplesmente incapazes, de conhecer os meandros das mais básicas diligências, nas funções políticas, da colectividade Estado. Se assim é, precisamos sim, sanear e qualificar a classe dirigente; e não encontrar mecanismos que facilite a propalada inclusão, sob o perigo de adulterar os benefícios de um abrangimento governativo. Devemos planificar soluções selectivas mais adequadas, para que da estrutura dos partidos, sigam elementos melhores preparados, para a maioria das vezes, complicadas tarefas governativas; e não permitir uma rápida ascensão dos conhecidos profissionais da intriga, que infelizmente, vão dominando as desorganizadas hierarquias das nossas formações políticas.

Com os últimos acontecimentos, estão em curso mudanças deveras significativas, na nossa sociedade, e claro que com maior incidência no panorama político. Concomitantes a essas mudanças, também revelarão condições mais propícias, para o apuramento de determinadas responsabilidades, mesmo que sejam só à maneira do povo, sabido que ao longo de todos esses tempos das vergonhosas incúrias, nunca alguém, autor dos abomináveis comportamentos, ou um simples negligente à luz do dia, sofreu directamente, com as consequências dos cobardes abusos de poder. Os tais maiores partidos políticos, com a verdade nos resultados das próximas eleições, poderão não ser tão grandes o suficiente, para legitimarem a conveniência de um eventual pacto de regime. Portanto, deverá ter um lugar na missão do povo, depois de acostumar com o promissor ambiente de mais liberdade, enquanto eleitor, nos distintos momentos, o seguinte: receber e compreender as mensagens políticas de cada grupo de pretendentes aos cargos oficiais; reflectir profundamente; e decidir, expressando nas urnas, a sua vontade patriótica.

Será mais do mesmo, como por via de golpes e contragolpes, tem sido, procurarmos satisfazer as declaradas apetites vorazes, dos que se especializaram na impiedosa lapidação do património público, condicionarmos desde agora, os partidos políticos que venham a conquistar mais confiança do eleitorado, a aceitarem uma convivência governativa insípida. Deverá sim, o partido que venha a ser mais votado, e de forma qualificada, ou as formações políticas que venham a ser mais votados, numa coligação, perante uma responsabilização política bem delineada, para as funções que assim justificam, ou que assim advenham a justificar, optar por convidar certas personalidades, com outras afiliações políticas, ou os ditos tecnocratas, todos eles, com pelo menos, um certo reconhecimento no curriculum, da capacidade dirigente, a integrarem o próximo elenco governativo, para um razoável preenchimento do enorme défice de competências, transversal às nossas formações políticas, em particular, assim como, a generalidade das nossas instituições públicas e privadas.

Existe de facto, um desígnio imortal, para que todos os guineenses se comprometam num pacto de consciência, pela abnegada contribuição na prosperidade comunitária. E esse desígnio imortal, é a necessidade natural, de elevarmos cada vez mais, o grau da felicidade nacional, e merecermos a devida consideração, de todos os parceiros. Numa sociedade em democratização, ainda que nas suas primeiras fases das reformas fundamentais, como está a ser no nosso caso, quem deve decidir, através das livres escolhas nas urnas, os potenciais governantes, é o próprio povo, no seu cíclico e único momento de exercício da soberania.

Ser, Conhecer, Compreender e Partilhar.

Flaviano Mindela dos Santos