sexta-feira, 14 de junho de 2013

Indjai de saída do cargo de CEMGFA


O General António Indjai deixará em breve o cargo de CEMGFA – conformado que agora está com a “imperiosidade” do seu afastamento como forma de permitir e/ou facilitar uma melhoria da imagem externa da Guiné-Bissau e pôr termo ao cerrado isolamento internacional em que o país se encontra, avançou hoje o África Monitor.

De acordo com esta publicação, o seu substituto no cargo deverá ser o General Tomás Djassi, de 45 anos, de etnia balanta, e actual comandante da Guarda Nacional. Tomás é considerado próximo de António Indjai – uma condição que também terá influenciado a sua escolha, dada a necessidade de assim “mitigar” resistências do ainda CEMGFA à sua retirada.

O quotidiano de António Indjai deixa já transparecer um afastamento de facto da função de CEMGFA. Por exemplo, na sua circulação em Bissau passou também a usar viaturas civis e a sua escolta foi despojada do antigo aparato – evidências também remetidas para preocupações de segurança do próprio, como a de se rodear de maior discrição.

As relutâncias de António Indjai ao seu afastamento do cargo de CEMGFA claudicaram face a pressões internacionais baseadas no argumento de que isso constituía condição “sine qua non” para pôr termo ao isolamento da Guiné-Bissau, tendo em conta o seu estatuto de “persona non grata”, na Europa e, sobretudo, EUA.

A CEDEAO representou o principal foco de pressão sobre António Indjai. Os CEMGFA’s dos 5 países com forças destacadas na Guiné-Bissau ao serviço da ECOMIB (Nigéria, Costa do Marfim, Burquina Fasso, Senegal e Togo) reuniram-se a 4 de Junho, em Bissau, com António Indjai numa iniciativa visando persuadi-lo a afastar-se.

Os 5 chefes militares, numa atitude inferidamente destinada a “amolecer” reticências de António Indjai, prometeram-lhe uma “saída honrosa”, i e, será ele a pedir a demissão e esta terá como enquadramento legal e em termos de oportunidade o lançamento próximo do processo de reforma das forças armadas e de Segurança. Numa medida destinada a transmitir tranquilidade a António Indjai, os chefes militares da CEDEAO prometeram-lhe assistência jurídica destinada a habilitá-lo a organizar a sua defesa face às acusações dos EUA. O princípio da presunção de inocência (António Indjai nega as acusações), é o argumento justificativo da atitude dos chefes militares, conclui o África Monitor.