quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

CADOGO (4): O apoio a Domingos Simões Pereira para presidente do PAIGC


O oficialmente presidente do PAIGC, Carlos Domingos Gomes, afirmou hoje o seu apoio à candidatura do ex-secretário-executivo da CPLP Domingos Simões Pereira nas eleições para a liderança que marcam o Congresso do partido, que começa quinta-feira na Guiné-Bissau.

Numa entrevista conjunta à RTP África e à agência Lusa na Cidade da Praia, onde atualmente reside, Carlos Gomes Júnior indicou não ter sido “tido nem achado” na “preparação atabalhoada” do congresso do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e deixou em aberto a possibilidade de, mais tarde, o impugnar.

Vou discutir a situação com os outros membros do partido para ver que medidas tomaremos. Estamos a aguardar”, afirmou Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro guineense deposto no golpe de Estado de 12 de abril de 2012, garantindo que não se candidatará à sua própria sucessão no PAIGC.

Sobre os diferentes candidatos que se apresentam à liderança do antigo partido único (1973/1991), Carlos Gomes Júnior, eleito sucessivamente presidente do PAIGC desde 2002, apontou Simões Pereira, que foi seu ministro antes de ser nomeado como secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O presidente do partido, segundo os estatutos, será o futuro chefe do Governo. Temos de apostar no mais capaz. Neste momento há várias pessoas na corrida, mas têm de, em primeiro lugar, pensar nas perspetivas do que podem fazer. Apostamos seriamente em Domingos Simões Pereira e na equipa que o acompanhará”, referiu.

Deu provas, durante as funções à frente da CPLP, é um quadro conhecido e reconhecido internacionalmente, e, quanto a isso, não temos dúvida nenhuma, sem menosprezar a capacidade dos outros. Temos de apostar em quem é capaz de relançar o partido e relançar a confiança internacional na Guiné-Bissau”, insistiu.

Sobre o congresso do partido, Carlos Gomes Júnior criticou a forma “atabalhoada” como o processo tem sido liderado, denunciando que a sua ausência do conclave representa uma falha.

Segundo os estatutos, o presidente do partido é um órgão e há toda a necessidade de concertação para haver uma orientação. Não queremos ser uma barreira ou entrave para o partido, mas pensamos que, se a direção entendeu que tinha condições para fazer o congresso sem o presidente do partido, só lhes tenho a desejar boa sorte”, defendeu.

Desdramatizando as “várias tendências e sensibilidades” no partido – “sinal de democracia”, Carlos Gomes Júnior manifestou esperança de que o PAIGC eleja um líder que “dê confiança” e que aposte “seriamente” na unificação entre os seus membros e “estabilidade” ao país.