sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

UNIOGBIS: Ramos Horta confirma a notícia do Ditadura do Consenso


O representante do secretário-geral das Nações Unidas (ONU) na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, alertou, esta quinta-feira, para o facto de as forças de segurança guineenses atuarem com base em «rumores», aludindo à tentativa de buscas a instalações da ONU no sul do país.

«O problema de alguns irmãos neste país na área da segurança é que lançam rumores, depois acreditam nos seus rumores e tornam-se vítimas dos rumores que eles próprios inventam», afirmou José Ramos-Horta durante uma conferência de imprensa conjunta com António Patriota, presidente da Comissão das Nações Unidas para a Consolidação da Paz (PBC), que terminou esta quinta-feira uma visita a Bissau.

Recorde-se que no passado dia 16, o Gabinete Integrado da ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) foi cercado pela polícia local, acreditando que o primeiro-ministro deposto e antigo líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, estaria no local. «Como se [Carlos Gomes Júnior] viesse à Guiné-Bissau e fosse logo a Buba: só cabe na cabeça de quem não tem nada que fazer e imagina essas coisas», acrescentou o antigo líder timorense.

«Dissemos não, não vão revistar o escritório da ONU e o comandante pediu aos agentes da polícia para se retirarem», acrescentou Ramos-Horta. As instalações da ONU têm direito a imunidade diplomática nos países de acolhimento, tal como prevê a Convenção de Viena. Recorde-se que no final de dezembro passado, Carlos Gomes Júnior manifestou a intenção de regressar à Guiné-Bissau e de se candidatar a presidente nas próximas eleições gerais, marcadas para 16 de março.