segunda-feira, 16 de junho de 2014

CADOGO publica revista com memórias da campanha presidencial de 2012



O ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau Carlos Gomes Júnior, deposto no golpe de Estado de Abril de 2012, lançou uma publicação em formato de revista em que conta "algumas memórias" do percurso político na campanha eleitoral das goradas presidenciais desse ano.

Com 80 páginas e ilustrada com fotografias, a revista "Guiné-Bissau - Carlos Gomes Júnior: Memórias de um Percurso Político" e conta a "história" da campanha eleitoral do então chefe do executivo guineense para as presidenciais, cuja segunda volta não chegou a realizar-se devido ao golpe de Estado.

Na Cidade da Praia, onde reside há cerca de um ano, Carlos Gomes Júnior, conhecido popularmente por "Cadogo", escusou-se a comentar à agência Lusa o que o levou a publicar a revista, indicando apenas tratar-se de uma parte das suas memórias, cuja totalidade só sairá mais tarde.

No editorial, o jornalista português Fernando Gomes, que à data do golpe de Estado de 2012 era delegado da RTP na Guiné-Bissau - desempenhava idênticas funções quando ocorreu a guerra civil de 1998/99 -, escreve um breve resumo do que foi a caminhada de "Cadogo" até que, na véspera do início da campanha da segunda volta, que iria disputar com Kumba Ialá, o processo eleitoral foi definitivamente interrompido.

Na revista, Carlos Gomes Júnior aparece em dezenas de fotografias com alguns dos principais líderes mundiais, como o norte-americano Barack Obama, o cubano Fidel Castro, o sul-africano Jacob Zuma e o angolano José Eduardo dos Santos, bem como o português Aníbal Cavaco Silva e o venezuelano Hugo Chavez.

Vários textos acompanham toda a campanha presidencial de "Cadogo", desde o lançamento da candidatura, passando pelas acções de campanha em todas as nove regiões em que se divide administrativamente a Guiné-Bissau - sector autónomo de Bissau, Biombo, Cacheu, Oio, Tombali, Quínara, Bafatá, Gabu, e Bolama/Bijagós, e o comício de encerramento na capital guineense.

Na contracapa, Carlos Gomes Júnior dedica a publicação à sua mulher, Saloméa Gomes, bem como aos militantes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, de que foi presidente entre 2002 e, oficialmente, 2014) e ao povo guineense.

Carlos Domingos Gomes Júnior, natural de Bolama, onde nasceu a 19 de Dezembro de 1949, foi eleito presidente do PAIGC em 2002 e dirigiu, oficialmente o partido (esteve fora da Guiné-Bissau desde o golpe de Estado de Abril de 2012) até ao congresso realizado em Fevereiro deste ano, em que foi eleito Domingos Simões Pereira.

"Cadogo" foi primeiro-ministro guineense entre Maio de 2004 e Novembro de 2005, demitido pelo então regressado presidente João Bernardo "Nino" Vieira, e ao vencer as legislativas de 2008, regressou ao cargo em Janeiro de 2009, onde se manteve até 2012. Antes da primeira volta das presidenciais de 17 de Março de 2012, Carlos Gomes Júnior deixou o cargo, interinamente, à então chefe da diplomacia guineense, Adiato Djaló Nandigna, para poder apresentar-se como candidato à votação. LUSA