terça-feira, 10 de junho de 2014

OPINIÃO: Ratos a abandonar o barco


Ainda com as amarras à solta, já o barco da transição começa a registrar as primeiras baixas. Um dos ratos mais celebres dessa nefasta transição, o PGR, Abdu Mané (AM), decidiu abandonar o comatoso barco da transição.

Conhecido "show-man", AM não se esqueceu, no entanto de tentar reconfortar-se a si mesmo, auto elogiando-se num patético e triste discurso de despedida marcado pela incoerência entre os seus pretensos louvores com os factos negativamente marcantes no decurso do seu exercício de funções. Enfim, uma triste encenação, montada por um homem perdido que, infelizmente se deu a conhecer aos guineenses pelos piores motivos, tais quais a ganância e o oportunismo das suas acções.

Abdu Mané, contrariamente ao que quis advogar na sua carta de demissão tornado publico, deixa o Ministério Publico (MP), mais desacreditado, menos legalista e mais desestruturado como nunca. Enfim, o PGR em fuga, politizou o Ministério publico, tentando servir-se da jurisdição do Estado, para se ressarcir do seu falhanço como advogado de uma causa perdida irracionalmente manipulada por interesses obscuros que gravitam em torno desses nefastos acontecimentos.

Em nenhum magistério de que há memoria na Guiné-Bissau se conheceu uma situação de inércia e incompetência no Ministério Publico, como foi essa do magistério do Procurador trânsfuga. Como ele, assistiu-se impavidamente cômodo no seu pedestal de falso poder, ao maior exercício de despotismo e de impunidade levada a cabo pelos militares, com raptos, torturas, assassinatos e espancamentos quase diários de cidadãos e políticos que ousaram opor-se ou contrariassem o golpe de estado ou o regime emergente. A este desfilar de abusos atrelaram os desvios de bens do Estado, roubalheira desenfreada do erário público, o assalto despravado e criminoso dos nossos recursos naturais, à acomodação/legalização do crime organizado, ao trafico humano e toda uma gama de aberrações criminais que decidiram fixar residência no paraíso ingovernável que se oferecia a Guiné-Bissau.

Após ter prometido mundos e fundos ao seu mentor e promotor ao posto, o golpista-mor, Serifo Nhamadjo, Abdu Mané falhou redondamente na execução da sua maquiavélica missão. Não cumpriu o que tinha prometido, "resultados imediatos", anunciara pomposa e arrogantemente. Não conseguiu, não porque não queira. Não conseguiu porque não pôde, porque não sabe, porque não tem competência para dizer a verdade, e muito menos, para inventar uma "falsa verdade" que lhe pediam. Enfim, Serifo Nhamadjo falhou na escolha do seu "joker" para levar a cabo o tão desejado trabalho sujo que pensaram estar ao alcance de Abdu Mané.

Hoje, Abdu Mané, pretende abandonar o barco da transição, antes do fundear das ancoras do barco da bandidagem, barco esse, onde esteve placidamente sentado mais de dois anos, a conjecturar e a roubar ao Estado, tanto por sua conta própria, mas também com um comparsa de irmão que desbrava como um louco as nossas riquezas florestais e suga insaciavelmente as riquezas pesqueiras com os seus cumplices chineses e russos. Hoje, paradoxalmente a sua pomposa demonstração de força publica, sorrateiramente, AM quer fugir das suas responsabilidades e, como um vulgar rato de porão, opta pela via mais fácil encapotado num discurso de despedida invocando a legalidade que nunca respeitou. Hoje, AM quer é, fugir à prestação de contas que tem que prestar contas, entre outros dos 300 milhões furtados aos cofres do Estado e, decerto a outros crimes e actos lhe sera pedido pelo novo poder emergente, sob o clamor do Povo guineense.

Em tudo isso, sendo o Ratão do PGR especialista em decretar medidas de coação das mais bizarras quão arbitrarias contra indefesos e honestos cidadãos, porque não, agora se assim se sentir impoluto de quaisquer contas, se auto coagir, não bater à sola para outras bandas e ter a coragem de aguardar fazer frente a justiça que lhes espera no virar da transição.

Bem haja, Procurador de Pacotilha, como bem lhe chama o nosso estimável Aly.

FRD