domingo, 8 de março de 2015

Guiné-Bissau/Cabo Verde: Acordos em nove áreas


Empresários guineenses e cabo-verdianos acordaram cooperar em nove áreas, enquanto os governos dos dois países se propõem realizar cimeiras bilaterais periódicas, foi hoje anunciado em Bissau.

Estas vertentes constam do memorando de entendimento assinado entre responsáveis do governo dos dois países no final de uma visita de seis dias realizada por investidores cabo-verdianos à Guiné-Bissau, liderada pela ministra do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial de Cabo Verde, Leonesa Fortes.

A periodicidade da cimeira bilateral ainda não foi definida mas para já os empresários dos dois países concordaram em estabelecer parcerias nos setores da agricultura, agro-negócio, pescas, turismo, transportes, energias renováveis, construção civil e tecnologia de informação e comunicação.

Os nove setores foram apontados como tendo potencialidades e oportunidades de negócio entre os dois países, mas também foi reconhecido que para tal serão precisos "mecanismos que possam agilizar os acordos", nomeadamente no âmbito fitossanitário, no setor da indústria, com enfase para o ramo farmacêutico.

A dupla tributação é outra área que deve merecer um acordo nos próximos tempos, segundo o ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau, Geraldo Martins. Houve também um entendimento quanto à urgência de serem implementados os acordos já existentes nomeadamente nos ramos das pescas, agro-indústria e construção civil.

O ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau considerou de histórica a visita da delegação cabo-verdiana, que hoje termina, por acontecer "numa altura em que os guineenses estão a traçar um novo rumo após anos tumultuosos". Geraldo Martins enalteceu a solidariedade dos cabo-verdianos e disse acreditar que "desta vez as coisas serão diferentes" em termos de materialização de intenções do empresariado dos dois países.

A ministra do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial de Cabo Verde, Leonesa Fortes, afirmou que o governo do seu país acredita que "estão a ser criadas as condições" para que "haja confiança" entre os dois Estados e desta forma possibilitar negócios entre o setor privado.

"O maior sinal que a Guiné-Bissau dá a Cabo Verde e ao mundo é a inclusão na governação, apesar da vitória com maioria absoluta, o PAIGC (Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde) fez um governo onde integra todas as forcas politicas", observou Leonesa Fortes.

Em representação do setor privado dos dois países, Braima Camara, presidente da Camara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau e José Spencer Lima, líder da Câmara do Comércio de Cabo Verde, sublinharam a disponibilidade dos empresários em "fazer avançar as intenções" das parcerias.

Segundo Spencer Lima, da parte cabo-verdiana, o governo já tem disponível um navio com capacidade para mil toneladas pronto para ligar os dois países e a Transportadora Aérea de Cabo Verde (TACV) irá iniciar dentro de três meses voos diretos entre as duas capitais. A comitiva empresarial já se encontra em Cabo Verde, tendo chegado por volta das 20h locais. Lusa