segunda-feira, 11 de maio de 2015

Crescimento populacional pode colocar desenvolvimento guineense em risco


Os economistas guineenses Paulo Gomes (antigo membro do Banco
Mundial), Eduardo Fernandes (antigo ministro das Pescas) e Geraldo
Martins (atual titular da pasta da Economia e das Finanças) defenderam
que o facto de a população crescer a um ritmo de 2,5 por cento por ano
e da economia avançar 4,7 por cento pode colocar em risco toda a
dinâmica de desenvolvimento económico.

Os três especialistas entendem, portanto, ser necessária a adoção de
estratégias por parte do governo da Guiné-Bissau, de modo a
sensibilizar a população sobre os riscos da explosão demográfica.

Para Eduardo Fernandes, com os atuais níveis de desenvolvimento da
população será preciso um crescimento a dois dígitos da Economia para
poder fazer face às demandas das pessoas.

Por sua vez, o ministro das Finanças da Guiné-Bissau admitiu a
possibilidade de levar a cabo campanhas de sensibilização à população,
tendo em vista o controlo da taxa de natalidade. Já Paulo Gomes
estimou em cerca de 60 por cento da população guineense tem menos de
20 anos. RFI

Economista guineense chama a atenção para riscos de erosão costeira
Lusa 8 de Maio de 2015

O economista guineense Paulo Gomes, candidato à presidência do país em
2014, chamou a atenção dos decisores políticos sobre "os riscos e
ameaças de erosão costeira", zona onde vive cerca de 70% da população
da Guiné-Bissau.

O antigo administrador do Banco Mundial falava na última noite num
debate organizado pela sociedade civil sobre os desafios que se
colocam ao país depois da mesa redonda de doadores que o Governo
realizou em março passado em Bruxelas e na qual obteve promessas de
apoio de 1,5 mil milhões de dólares.

Entre os "vários desafios", Paulo Gomes apontou a necessidade de
políticas públicas para "travar a erosão costeira" como prioritárias,
uma vez que o país apresentou a biodiversidade como principal atrativo
para convencer os doadores e parceiros a anunciarem os apoios
financeiros.

"É preciso investir nas zonas costeiras para travar a erosão que
destrói o mangal e em grande parte as nossas bolanhas (arrozais): nós
somos um país de agricultores", notou Paulo Gomes, que é também
presidente do Instituto Benten, que se dedica a causas sociais e de
promoção do país.

Se nada for feito nos próximos anos, com a subida do nível do mar, a
erosão costeira vai afastar as pessoas dos seus locais de produção, o
que trará consequências para toda sociedade guineense, referiu Paulo
Gomes.

Um grande investimento em infra-estruturas é o único caminho a seguir,
defendeu ainda Gomes, que chama atenção dos responsáveis políticos
atuais para levarem em conta a situação.

Paulo Gomes defendeu que "boa parte" dos fundos que o país irá receber
dos parceiros e doadores deveria ser aplicada na prevenção da erosão
costeira. Lusa