domingo, 21 de novembro de 2004

SOS Bijagós


Para os amigos, que eu não tenho inimigos à minha altura.
O Arquipélago dos Bijagós é considerado pela UNESCO desde Maio de 1996, como Reserva Mundial da Biosfera, património da Humanidade a preservar e, portanto, a defender. A Guiné Bissau é um dos países mais pequenos e pobres de toda a África. Tem apenas 36.125km2(aproximadamente a mesma área da Suiça) e ocupava em 2002 o 167º. lugar, entre 173 países, na escala de desenvolvimento humano da ONU.
Porém, ao largo da costa, a cerca de cinquenta quilómetros da terra firme, a Guiné-Bissau integra um arquipélago formado por mais de oitenta ilhas e ilhotas que é um autêntico paraíso para a vida animal. Reserva Mundial da Biosfera desde 1996, os Bijagós são considerados um dos mais ricos e produtivos locais de reprodução de aves e de peixes de toda a costa ocidental africana. São mais de oitenta ilhas, disseminadas por uma área de 10.000km2 quadrados. As suas águas baixas são o reino das barracudas, das tartarugas marinhas gigantes, dos misteriosos hipopótamos do mar, e, claro, dos temíveis tubarões, que ali encontram uma cadeia alimentar abundante.
Dispersos pelas ilhas, vivem actualmente perto de 25 mil pessoas, guerreiros ancestrais, habituados à convivência com o mar, mas hoje essencialmente agricultores. Por estas paragens os crocodilos, os touros e os tubarões fazem parte da mitologia e representam a ligação com os espíritos. Ninguém pesca ou come tubarões, porque acreditam que eles devorariam as almas dos seus antepassados. O tubarão é, aliás, representado em danças tribais com o objectivo de incutir o medo e o respeito nas crianças, por forma a não se aventurarem demasiado nas águas do mar.
São estas crenças que permitem um negócio extremamente lucrativo para os pescadores dos países vizinhos, como o Senegal e a Guiné Conacry. Em pequenas pirogas, aventuram-se pelas águas em torno do arquipélago, beneficiando da inexistência de fiscalização, dedicando-se à pesca dos tubarões. Por ano chegam a pescar 80 milhões de tubarões, mais de um milhão e quinhentas mil toneladas. DENUNCIEM-NOS!!!

Paz às suas almas


sexta-feira, 19 de novembro de 2004

Uma vez na Jordânia

Meu caro Paulo
Ainda a propósito do chamado 'terrorismo moderno', sob comando do (felizmente defunto) Yasser Arafat e com o apoio da União Soviética, a OLP começou por tentar transformar a Jordânia num estado palestiniano. O malogrado rei Hussein diz nim e começam as tensões entre palestinianos e o governo da Jordânia. Arafat foi expulso do país e, pouco depois, chegaria a retaliação com o sequestro e subsequente destruição de quatro aviões daquele país pela OLP. Na Guerra Civil da Jordania (1970-1971), a monarquia jordana, com a ajuda de Israel, derrotou a OLP e a Síria, que se preparava para invadir a Jordânia em apoio à organização.
Depois dessa derrota, Arafat transferiu-se, juntamente com a OLP, da Jordânia para o Líbano onde a organização conseguia operar virtualmente como um estado independente (carinhosamente apelidada de "Fatahlândia" pelos israelitas). A OLP começou então a usar este novo território para fustigar os territórios israelitas. Em Setembro de 1972, um grupo chamado Setembro Negro, descrito pela imprensa ocidental como uma fachada operacional usada pelo grupo Fatah de Arafat, sequestrou 11 atletas israelitas durante os Jogos Olímpicos de Munique, na Alemanha. No confronto com a polícia que invadiu o local, os atletas foram mortos, o que ficou conhecido como o "Massacre de Munique". Contudo, para muitos que hoje ainda apoiam o terrorismo, esta foi mais uma fase por que passámos... E assim vai o mundo. AAS

quinta-feira, 18 de novembro de 2004

A delegada

A RTP, após vários meses, muitos meses mesmo, lá lhe passou a birra e decidiu nomear a sua delegada na Guiné-Bissau. Chegou-me ao ouvido que a escolha recaiu na Marta Jorge, que, de resto já 'conhece' o país. Este post terá feito mossa... Mas, faz-me uma certa confusão que os delegados (todos os que por lá passaram e nos outros países africanos de língua portuguesa) tenham que, forçosamente, ser portugueses.
Então pergunto: será que a RTP não forma os quadros nacionais que lá trabalham? Se sim, então desculpem lá mais esta perguntinha: será que a RTP não confia na 'prata da casa'? Mas por agora, deseja-se que a RTP não fique apenas em Bissau, como geralmente tem acontecido, mas que desenvolva o seu trabalho na Guiné-Bissau profunda, dando a conhecer as dificuldades daquele povo ao governo e à comunidade que serve. Para Moçambique, o canal estatal português delegou a responsabilidade em Isabel Silva Costa, substituindo assim o delegado em Maputo (casado com uma guineense) que passará a despachar das 'ilhas maravilhosas' de São Tomé e Príncipe. Ai, ai, que já me esquecia: até ao próximo golpe de Estado! Nós por cá, ficaremos atentos. António Aly Silva

Sem surpresas


Sem surpresas. Comissão Europeia aprovada e a equipa de Durão Barroso passou com 449 votos a favor do Parlamento Europeu. Felicito aqui Durão Barroso e Portugal, esperando, contudo que a grande Europa passe a olhar com outros olhos a relação que mantém com África. Como grande amigo dos africanos que é, desejo, muito sinceramente, votos de prosperidade a Durão Barroso na senda do progresso da Europa. António Aly Silva

quarta-feira, 17 de novembro de 2004

Faltava esta


Para o Diogo Belford Henriques. Faltava esta 'pérola'...também foi obra do defunto, não foi?

Obrigado

Pela visita. Pela atenção e divulgação. Aqui

terça-feira, 16 de novembro de 2004

Opinião

Pode daqui ouvir a minha opinião aos microfones da RFI (ainda em português para África): http://www.tv-radio.com/ondemand/rfi/mere/portugais_a/info/portugais_a_2000-2100-20k.asx - um apontamento notável, modéstia à parte.

Vivam as crianças


Acabou a guerra


Fotografia(c) António Aly Silva

Vocês sabem do que estou a falar...


Ilustração s/fotografia: AAS

França quer 'matar' o português


Chegou-me esta notícia, preocupante para os mais de 200 milhões de falantes da língua portuguesa: a RFI (Radio France International) quer acabar com as suas emisões em língua portuguesa. Ao que me disseram, agora interessa mais aos franceses a língua chinesa, entre outras. É uma afronta e um atentado a uma das línguas mais faladas do Mundo. Contudo, no seu sítio, ainda consta isto: "RFI en 19 langues - Português para Àfrica - A Rádio França Internacional transmite diariamente duas horas de programas em português. Damos um relevo muito especial às questões africanas, nas suas mais variadas vertentes políticas, económicas, sociais e culturais, sem esquecer o desporto. Na redacção em língua portuguesa da RFI trabalham cerca de quinze pessoas : jornalistas, assistentes de estúdio e pessoal administrativo. Também contamos com a colaboração de uma dezena de correspondentes, particularmente em Africa."
Por causa de toda esta ambiguidade e sendo eu um falante e cidadão de língua portuguesa, a viver em África, denuncio aqui publicamente e digo mais: tenham vergonha e mantenham o português. Desafio ainda os governos da CPLP e dos PALOP, a darem a sua opinião acerca desta notícia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2004

A carta

Os Toranja escreveram esta carta Façam o favor de ouvir.

38 anos (três de eterna de saudade)


Façam o favor de dar os parabéns ao Aly, que completa hoje trinta e oito primaveras.
Aproveito ainda para render a minha homenagem ao Carlos Teotónio Pereira, que partiu há três anos e nos deixou destroçados. Saudade tenho de ti, amigo.

sábado, 13 de novembro de 2004

Você votaria em quem?


Henrique Pereira Rosa ou Koumba Yalá?